A Rádio Cidade conseguiu conversar com o cardeal brasileiro dom João Braz de Aviz, que é natural de Mafra, Santa Catarina. Ele é o atual Prefeito da congregação para os institutos de vida consagrada e as sociedades de vida apostólica, no Vaticano.  Dom João falou da experiência de participar de seu primeiro Conclave.

Ele explica que todos cardeais viveram uma abertura muito grande para saber o que Deus queria e, assim, indentificar a pessoa que fosse melhor para esse momento da igreja. O cardeal disse, também, que Bento XVI é uma pessoa muito alta e grande, tanto na parte de santidade, simplicidade e humanidade, como de competência teológica e espiritual.  

De outro lado, segundo ele, a igreja sentia uma simplificação das coisas e a parte anterior ao Conclave foi muito importante para que os cardeais pudessem dialogar muito. 

“Isso nos deixou muito contentes. Pudemos abrir as coisas como sentíamos no nosso coração e houve um respeito muito grande dessa abertura. Para nos é muito importante”, disse.

Para dom João, o papa Francisco está surpreendendo, porque é uma pessoa simples, muito coerente no seu ministério e o desejo dele é que seja uma igreja dos pobres. Mas, no fundo, uma igreja da comunhão. “A paz que ele tem e a simplicidade que ele fala. O amor que ele demonstrou a todos nos cardeais e a toda igreja. Ele tem um momento de muita esperança,  que seja uma igreja como o concilio pediu. Todos servindo a essa igreja  e essa igreja servindo a humanidade. E não uma igreja fechada em si mesma”, prosseguiu o religioso.

Falando sofre a missa de entronização  ele observou  a presença de outros credos. “Uma das coisas que na missa me tocou muito  foram as delegações. A dos judeus presentes,  dos ortodoxos . Uma coisa pouco rara, o tamanho desse grupo. Depois os anglicanos. Não é que ele complica as linguagem,  o gesto dele aproxima e vale muito. E para nos será um momento importante. Eu vejo aqueles que têm no coração a experiência de Deus , querem tê-la. Tem que ter a necessidade de se unir  e não podemos viver mais separá-los” , disse o cardeal.

Para finalizar, dom João  diz que o próprio Vaticano, aos poucos,  se simplificará mais. Ação que afetaraá a Cúria Romana e os relacionamentos serão mais diretos, mais ligados à vida  de todo povo de Deus .

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